A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. (Charles Chaplin)

domingo, 22 de novembro de 2009

Convites - Midnight Sun

- Estou sendo muito rude, eu sei. Mas é melhor assim, acredite.
Seria melhor para ela se eu pudesse continuar assim, continuar a ser rude. Eu conseguiria?
Seus olhos se abriram, ainda vigilantes.
- Não sei do que você está falando.
Eu tentei alertá-la o máximo que era possível. - É melhor que não sejamos amigos. - Com certeza ela podia perceber aquilo. Ela era uma garota brilhante. - Confie em mim.
Os olhos dela se estreitaram e me lembrei de já ter dito aquilo para ela—logo antes de quebrar uma promessa. Fiquei tenso quando ela apertou os dentes—ela, claramente, também se lembrava daquilo.
- Pena que você não descobriu isso antes - ela disse, brava. - Você podia ter evitado todo esse arrependimento.
Eu a fitei, em choque. O que ela sabia sobre meus arrependimentos?
- Arrependimento? Arrependimento pelo quê? - exigi saber.
- Por não deixar aquela van estúpida me esmagar! - ela explodiu.
Congelei, enervado.
Como ela podia pensar aquilo? Salvar a vida dela fora a única coisa aceitável que eu tinha feito desde que a conhecera. A única coisa da qual não me envergonhava. A única coisa que me fizera feliz por existir. Eu vinha lutando para mantê-la viva desde que sentira o seu cheiro. Como ela podia pensar isso de mim? Como ela ousava questionar minha única boa ação nessa bagunça toda?
- Você acha que eu me arrependo por ter salvado a sua vida?
- Eu sei que sim - retorquiu.
A estimação dela de minhas intenções me deixou agitado. - Você não sabe de nada.

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